Joana Corker, 36, Coimbra. Estudou design de comunicação, tendo explorado diversas áreas. Actualmente, é no conforto da sua casa, como freelancer, que desenvolve os seus projectos, onde gosta de explorar e misturar linguagens gráficas. Em 2010, estava a viver o período mais infeliz da sua carreira profissional e numa noite, num acto de animar o espírito, Jerónimo pega na guitarra e começa a assobiar e, timidamente, acompanhou-o. Sem dar por isso, longe dos seus sonhos mais loucos, tinha uma pequena banda, os Birds are Indie.
Tiago Domingues, 32, Leiria. É agente funerário na Funerária Domingues, um negócio familiar com 58 anos de existência. É uma herança de família, fundada pelo avô paterno, Américo da Ascenção Domingues. Desde pequeno que foi estimulado para a música. Em 1996, sem se aperceber, fez um ritmo na bateria, o pai ouviu-o e inscreveu-o numa escola de música. Um ano mais tarde, formou a sua primeira banda. Faz parte dos Les Crazy Coconuts, um projecto que junta o sapateado à bateria, guitarra, voz e synths, tendo sido aclamado pelo júri do Festival Termómetro como melhor formação nacional de 2014. “São actividades completamente distintas. É caricato que quem me conhece numa actividade, não me imagina na outra.”
Nicolau Fernandes, 30, Porto. Estudou design de comunicação e sempre teve tendência para resolver as coisas através da ilustração, mas apenas sete anos depois de terminar o curso começou a encará-la como principal ofício. Com 13 começou a tocar instrumentos e em 2005, com 18, surgiu a banda doismileoito. Começou a acompanhar o Nuno Prata ao vivo, em 2014, e actualmente está a desenvolver o seu projecto a solo na editora Gentle Records.
Nelson Reis, 24, Porto. É tatuador desde Abril de 2011. Na música está desde os 9, quando entrou para o conservatório para estudar violino. Durante a adolescência teve várias bandas – Yaiks, Blackjackers, Atlast – e desde Setembro de 2014 que tem o seu projecto a solo We Bless This Mess. “Tudo o que faço na vida, faço com grande amor. É esse o ponto chave.”
Sofia Ribeiro, 30, Porto. Começou a frequentar aulas de ballet aos 5 e, desde então, a sua vida tem sido acompanhada pela dança. Leciona ballet e dança contemporânea. Estudou música e canto e a sua necessidade em compor levou-a a descobrir os instrumentos que hoje a acompanham: o piano como uma base forte de composição e os outros teclados e sintetizadores, que lhe permitem encontrar uma linguagem que quer partilhar. Fez parte da banda We Trust, que terminou em Agosto de 2016. Em Outubro do ano passado lançou o seu projecto a solo, LINCE, que está agora a dar os primeiros passos.
© Adriana Boiça Silva
2017

“Lado B” retrata os músicos portugueses. O facto de hoje em dia ser quase impossível viver exclusivamente da música em Portugal e ser necessário ter outra profissão em paralelo para sobreviver economicamente. As cinco pessoas retratadas representam todas as outras, que como elas não conseguem viver apenas da música. Apesar de ser esse o sonho comum: poder um dia viver apenas da música. Estar na música a tempo inteiro. Mas em Portugal, hoje em dia, é bastante difícil, ou melhor, quase impossível que isso aconteça. Só as bandas com um nível mais elevado conseguem. Existe algo que os une: a música, o Lado A. Por outro lado, o Lado B é o que diverge, a sua outra profissão. É interessante ver como apesar de todos serem músicos, acabam por ter profissões totalmente distintas, estando algumas ligadas às artes e outras nem por isso. É isso que pretendo mostrar com os retratos que apresento, esta dualidade que existe na vida de cada um, que acaba por ser um denominador comum. 
lado b
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